BHTrans quer contratar vigilância armada para estações do Move

24/12/2014 - Veja BH

Quando foi anunciada a inauguração do Move, em março deste ano, o estudante de sistemas de informação Guilherme Lacerda se animou com a notícia. Ele, que mora próximo à Avenida Cristiano Machado, planejava utilizar o novo meio de transporte para chegar mais rápido ao trabalho, em Contagem. Usei-o desde a primeira semana, lembra. Em termos de velocidade e conforto, suas expectativas foram atendidas, mas uma questão ainda deixa muito a desejar. Falta segurança, sobretudo à noite, explica ele. Não há vigilantes nas estações do Move, apenas fiscais da operação que são orientados a chamar a Polícia Militar quando necessário. Temos problemas quase todos os dias, afirma um funcionário que trabalha em um dos postos na Avenida Santos Dumont e pede para não ser identificado, referindo-se aos assaltos e atos de vandalismo. Responsável pela administração dos transportes e do trânsito na capital, a BHTrans não divulga estatísticas sobre essas ocorrências. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), entretanto, já foram registrados pelo menos dezoito casos de assalto e vandalismo nos locais de integração e transferência do BRT desde que o sistema entrou em operação.

Na madrugada da terça (16), um grupo depredou a Estação Candelária, na Avenida Vilarinho, em Venda Nova. O vidro da bilheteria foi quebrado e um dos monitores, furtado. Os policiais conseguiram recuperar o equipamento, que estava completamente danificado, mas não prenderam nenhum dos criminosos. Em uma das ocorrências de maior proporção, durante a Copa do Mundo, a Estação Aparecida, na Avenida Antônio Carlos, foi totalmente destruída. A unidade precisou ficar fechada por quatro meses para a reforma e só em outubro voltou a funcionar. Para impedir que episódios como esses se repitam nas estações, a BHTrans pretende agora manter seguranças armados no período da noite. A previsão é que o processo de licitação para a contratação do serviço esteja concluído até o fim de fevereiro. O plano é ter noventa vigilantes trabalhando em 45 endereços, entre 19 e 7 horas. O investimento estimado, para um contrato de vinte meses, é de 13 milhões de reais. Durante o dia, o trabalho será feito pela Guarda Municipal. Tomara que a medida se mostre suficiente. Passageiros como o estudante Guilherme Lacerda esperam que, além de rápido e confortável, o Move seja seguro.