MOVE: Gargalos atrapalham sistema

19/08/2014 - O Tempo - BH

Com a retirada de 81% das linhas de ônibus que circulam na avenida Antônio Carlos, na capital, depois da conclusão da primeira fase do Move, a principal promessa da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) era a redução no congestionamento da via durante o horário de pico. De fato, nesta segunda, primeiro dia útil após a mudança, houve redução no tempo gasto por motoristas no trajeto pela avenida. No entanto, antigos gargalos, em outros pontos da cidade, continuam gerando retenções e minimizam os benefícios do novo sistema.

As principais reclamações de motoristas ouvidos por O TEMPO dizem respeito ao viaduto da Lagoinha, na região Noroeste, e a outras vias de acesso ao centro. "Hoje (ontem) o trânsito estava muito mais leve. Notei a diferença em quase todo o meu trajeto, que começa no viaduto São Francisco (na região da Pampulha). Mas, quando cheguei ao viaduto da Lagoinha, o trânsito parou de novo. É o nosso principal gargalo", avalia a publicitária Isabella do Valle Rodrigues, 29. Ela disse que, nesta segunda, gastou 15 minutos a menos no trajeto de casa ao trabalho.

O taxista Sancho Jorge, 79, concorda. "O problema ocorre principalmente na chegada ao centro, onde o Move deixa a pista exclusiva e entra na mista. O trânsito vai se afunilando e para. Hoje (ontem) foi a mesma coisa". Questionada pela reportagem sobre as reclamações, a BHTrans informou que a região é monitorada por agentes.

Estação. Usuários do transporte público relataram ter ficado perdidos nas estações devido à falta de informação e às dificuldades de se adaptar às novas linhas. Na Estação Vilarinho, na região de Venda Nova, a ligação entre as alas norte (onde param as linhas do Move Metropolitano) – e sul – que concentra as de Belo Horizonte – também gerou complicação na manhã desta segunda.

"Quero ir à Savassi, mas estou aqui há algum tempo e até agora não sei onde é o meu ponto. Fui até o embarque metropolitano, mas me disseram para voltar", afirma a recepcionista Melissa Emanuele Cardoso, 22. Ela passará a usar o sistema cotidianamente, porque a linha em que embarcava foi substituída por uma do Move.

O acesso entre os dois setores é feito pelo Shopping Estação, conforme sinalizado por poucas placas, que indicam as estações Norte e Sul, mas não mostram as diferenças das plataformas de embarque e de desembarque.

A BHTrans explica que há placas em toda a estação e que monitores orientam usuários. A autarquia ressaltou que foram distribuídos informativos sobre as mudanças e que as elas foram discutidas com as associações de bairro em reuniões.

Dúvidas

Venda Nova. Um dos funcionários que atendiam os usuários na Estação Vilarinho informou que a maioria das perguntas feitas diz respeito a linhas e pontos de parada durante o itinerário.

Cristiano Machado foi mais lenta

Na manhã desta segunda, a reportagem de O TEMPO fez uma viagem no Move pela avenida Cristiano Machado e outra pelas avenidas Pedro I e Antônio Carlos, ambas rumo ao centro. Mesmo maior e com desvio em função da queda do viaduto Batalha dos Guararapes na região de Venda Nova, passar pela Pedro I e Antônio Carlos é mais rápido. A falta da pista exclusiva entre as estações Vilarinho e São Gabriel motivou a demora no primeiro caminho.